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O que é o ‘pix parcelado’? Quem oferece? Ele vale a pena? Entenda

A possibilidade de pagar algo no pix, mas de forma parcelada, ainda não é uma modalidade oferecida oficialmente pelo Banco Central. Mesmo assim, há bancos (tradicionais e digitais) e até mesmo fintechs ofertando o serviço. No entanto, justamente por não ser algo “oficial”, a forma como a modalidade é cedida varia de acordo com a instituição. Em alguns casos, ela se apresenta como mais uma linha de crédito, e em outros, como um serviço de pagamento. Mas afinal de contas, como isso funciona e, claro, quanto custa ao bolso do consumidor? O Valor Investe ouviu diferentes bancos, fintechs e até especialistas para trazer essas respostas.

Nos últimos meses, receber uma comunicação dos bancos anunciando o novo serviço não é uma novidade. Muitas delas chegam por e-mail ou no próprio aplicativo. Na maioria deles, a funcionalidade é oferecida de forma semelhante: como uma modalidade de crédito. No geral, o cliente, ao fazer uma transação via pix, pode optar por pagar parcelado, escolhendo em quantas vezes e a melhor data de pagamento. Os bancos, então, fazem uma análise de crédito. Ao ser aprovada, os pagamentos são debitados da conta na data escolhida. No entanto, por tratar-se de um empréstimo, o cliente paga uma taxa por isso. Mas na maioria das vezes, elas dependem do número de parcelas, do valor da compra e até mesmo do perfil do cliente.

Além dos bancos, existem fintechs que são especializadas em oferecer esse serviço. Nesse caso, o produto funciona de maneira um pouco diferente. Segundo essas companhias, não há juros na transação. Mas caso o cliente atrase o pagamento de uma das parcelas, ele paga uma “multa” fixa. A vantagem, segundo essas empresas, é evitar a “bola de neve”.

A Drip é uma dessas companhias. Por meio dela, um cliente pode comprar parcelado no pix em diferentes lojas. Para ter acesso ao serviço, ele precisa baixar o aplicativo e criar uma conta, semelhante ao que é feito em outras startups financeiras e bancos digitais. Dentro do próprio aplicativo, o consumidor encontra diferentes lojas e, ao clicar em seus ícones, o site daquele e-commerce é aberto no app. O processo é semelhante ao que acontece em empresas de cashback, como a Méliuz.

Ao fazer a compra do item por meio do aplicativo da Drip, o cliente escolhe como forma de pagamento o Pix e autoriza que a Drip faça aquele pagamento. Posteriormente, ele receberá um código pix no e-mail e WhatsApp para efetuar o pagamento das parcelas (que também podem ser encontradas no aplicativo).

“Na prática, o cliente leu o QR Code do Pix e a Drip pagou. A loja, por sua vez, vai receber um pagamento da Drip naquele instante. E aí o produto será faturado e a Drip cobra as parcelas futuramente”, afirma Patrick McDougall, fundador da empresa.

O processo, no entanto, pode acontecer de dois jeitos: no caso de algumas lojas parceiras da Drip, o cliente pode conseguir algum desconto que seja oferecido pelos pagamentos via pix. Afinal, não são poucas as lojas que oferecem um preço mais atrativo para essa modalidade. Nesse caso, o consumidor consegue esse desconto para o pagamento à vista, mas paga a prazo. A Drip, por sua vez, é remunerada por uma “comissão” da própria loja pelo fluxo de clientes que a fintech está levando para ela (também semelhante ao que acontece nas empresas de cashback).

Em outros casos, o cliente pode pagar o valor cheio nas parcelas cobradas pela Drip, mas ter como vantagem fazer um parcelamento sem usar o cartão de crédito. Nesse caso, a “remuneração” da Drip vem do próprio pagamento do cliente.

Embora a fintech afirme que não há taxa de juros, há a cobrança de uma multa caso o cliente atrase o pagamento das parcelas. McDougall afirma, no entanto, que a grande vantagem é que não há juros compostos em cima do atraso, portanto, não vira uma “bola de neve”, característica comum do endividamento por cartão de crédito. Segundo o executivo, o máximo cobrado de multa será 30% do valor daquela prestação (e não da compra completa).

“O cliente paga uma multa fixa por prestação. É um valor nominal e pode ser cobrado de dois jeitos. Vamos supor que ele atrasou uma parcela de R$ 100. Se atrasou um dia, ele paga em torno de R$ 110. Se atrasou 15 dias, ele paga R$ 130. Mas a partir daí, não te cobro mais nada. O máximo será isso. Se atrasou um ano, continua sendo R$ 130”, afirma o executivo. “A vantagem é que o cliente sabe o que ele vai dever e não corre o risco de entrar na bola de neve”, conclui.

A fintech Pagaleve oferece um serviço semelhante, mas com algumas particularidades. No modelo dela, o cliente deve dividir o pagamento em quatro prestações quinzenais. Ou seja, ele tem dois meses para pagar o parcelamento.

Segundo Henrique Weaver, fundador e presidente da companhia, sua principal vantagem é a mesma da Drip: não cobrar juros, e sim uma “taxa de conveniência” fixa para quem atrasa as parcelas.

“Temos uma taxa de conveniência cobrada de quem atrasa, que varia de acordo com o valor da compra. É uma taxa que é cobrada uma vez só, em cima daquela parcela atrasada”, afirma o executivo.

A taxa da Pagaleve vai de R$ 30 a R$ 270 e cresce de acordo com o valor da compra. Mas, diferente da Drip, a taxa é a mesma para um ou mais dias de atraso.

As compras até R$ 99,99, por exemplo, têm uma taxa de R$ 30 (que, no caso do valor máximo, equivale a 30% do valor da compra). Aquelas até R$ 199,99 têm taxa de R$ 60; já as de até R$ 299,99 cobram uma taxa de R$ 75 por atraso. Os valores vão crescendo gradativamente e aquelas compras a partir de R$ 1.500 têm taxa de R$ 270 (o que seria algo em torno de 18%).

O modelo de negócio dela também é um pouco diferente do feito pela Drip. Nele, ao entrar em uma loja parceira, o cliente vê, entre as formas de pagamento, o ícone da Pagaleve. Ao escolher essa opção, será gerado o parcelamento. O cliente, então, receberá por WhatsApp e e-mail o lembrete de que aquele pagamento deve ser feito, juntamente com o código para o pagamento da parcela (também feito via pix).

Vale a pena? Ainda que as fintechs que oferecem o pix parcelado não cobrem juros e impossibilitem o surgimento da famosa “bola de neve”, é importante lembrar que há a incidência de uma multa ou taxa pelo atraso, o que faz com que aquele produto possa ter um custo maior para o consumidor final.

Segundo a planejadora financeira Eliane Tanabe, da Planejar, é fundamental que o consumidor avalie o quanto aquilo pode custar para ele e se as parcelas irão “caber em seu bolso”. Ela afirma que, caso o cliente não pague multa, esse produto pode ser vantajoso. Mas é preciso ficar atento a um ponto: o preço do produto na loja parceira das fintechs em comparação a outras.

“Se a cobrança da taxa está no lojista e não no cliente, pode valer a pena. Mas o lojista pode embutir o custo que ele tem com essas fintechs no preço do produto dele. E, se o cliente fez cotação em diferentes lojas e o preço ainda está competitivo, parece vantajoso”, afirma a especialista.

Como é nos bancos? A modalidade chamada de “pix parcelado” (ou outras nomenclaturas semelhantes) ofertada pelos bancos é um pouco diferente daquelas oferecidas pelas fintechs. Isso porque, no caso das instituições financeiras, o serviço entra como mais uma linha de crédito.

No Itaú, ao realizar uma transferência pix pelo app, o cliente pode escolher a opção ‘Pague Parcelado’. A partir daí, ele escolhe em quantas vezes deseja parcelar e a melhor data de pagamento. A oferta passará por uma análise de crédito e, se aprovada, a transferência via pix acontece na hora e o pagamento do crédito acontece todo mês, na data escolhida, via débito em conta no valor da parcela. As taxas praticadas, porém, dependem do número de parcelas e perfil do cliente. O banco afirma, no entanto, que elas “têm valores competitivos com o mercado”.

O Bradesco, por sua vez, oferece uma operação de crédito para clientes que precisem fazer pagamentos ou transferências via pix e não dispõem de saldo em conta. Segundo a instituição, o banco avalia automaticamente a transação e oferta um produto de crédito no valor adequado para a conclusão do pix, podendo aumentar o limite de conta ou até mesmo permitir o parcelamento dos valores da operação. A taxa de juros também varia conforme perfil da operação.

No Banco do Brasil há o BB Parcela pix, que possibilita ao cliente BB parcelar o valor por meio da contratação de empréstimo pessoal no momento da realização da transferência. Essa opção está disponível no app para clientes que possuem limite de crédito disponível para amparar a transação a partir de R$ 100. As parcelas são debitadas mensalmente em conta corrente e as taxas de juros variam conforme prazo do empréstimo e relacionamento do cliente com o banco.

No Santander, o “Divida o Pix” é uma opção de crédito para transações pelo pix disponível exclusivamente pelo app . O valor mínimo de contratação é de R$ 100 e o valor máximo é limitado às condições pré-aprovadas para o cliente. A operação é paga na hora para o recebedor daquele pix e o valor, dividido em até 24 vezes, com 59 dias para que as parcelas comecem a ser debitadas diretamente na conta corrente. As taxas variam a partir de 1,79% ao mês.

Recentemente, o Nubank anunciou também o “Pix no Crédito”, uma opção para utilizar o limite do cartão de crédito para realizar pagamentos via Pix. Com ela, os clientes poderão escolher pagar algo no pix em uma única vez ou em até 12 parcelas. As taxas, segundo o banco, serão “justas e transparentes”.


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