A integração de pautas de sustentabilidade com a promoção da inovação têm sido essencial para o avanço da indústria da construção. A busca por práticas mais sustentáveis e modernas não contribui apenas para a preservação do meio ambiente, mas também resulta em benefícios econômicos e sociais a longo prazo.
Sabendo disso, o setor tem apostado na transformação dos empreendimentos brasileiros e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) incorporou em sua agenda o compromisso de colaborar com o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU por meio de iniciativas promovidas pela entidade, destacou o vice-presidente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CBIC, Nilson Sarti.
“Para uma gestão mais sustentável da construção, é preciso criar parâmetros para uma nova mentalidade, além de uma conscientização para a relevância do tema. A CBIC sabe a importância do tema e tem se empenhado nesse trabalho de informação”, disse.
Segundo Sarti, as edificações sustentáveis representam uma abordagem inovadora e responsável da construção, buscando minimizar seu impacto ambiental e promover uma maior eficiência energética. “Essas construções são projetadas levando em consideração critérios como eficiência no uso de recursos, redução de resíduos e utilização de materiais ecoeficientes. É uma iniciativa que vai além de quesitos ambientais, estendendo-se a benefícios sociais e econômicos, proporcionando ambientes mais saudáveis e confortáveis para os ocupantes, promovendo a saúde e o bem-estar”, apontou.
Os edifícios sustentáveis fazem parte da redução dos impactos das mudanças climáticas, do esgotamento de recursos, consumo de água, degradação do ecossistema, custos de operação, assegurou a Consultora em Políticas Públicas e Certificação EDGE, Liliani Souza, da Internacional Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial.
“Edifícios Verdes são uma forma impactante e econômica de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e, ao mesmo tempo, reduzir os custos operacionais e ampliar o valor do investimento para os proprietários de imóveis em edifícios sustentáveis”, destacou Liliani.
A importância de pensar em edificações verdes, de acordo com Liliani, são os avanços das mudanças climáticas e as demandas que a população terá nos próximos anos. “Até 2050, é esperado um aumento de 75% na demanda de construção de edifícios para moradias, quase todos em mercados emergentes”, disse.
De acordo com a consultora, os edifícios sustentáveis contam com muitos benefícios, como a possibilidade de reduzir cerca de 25% o consumo de água, 15% a 20% o consumo de energia, 20% os custos de manutenção e 34% as emissões de CO2, beneficiando incorporadores, construtores e proprietários dos imóveis.
“Cerca de 80% da energia economicamente viável em prédios não é aproveitada. Os edifícios ecoeficientes oferecem uma oportunidade de garantir cortes nas emissões de gases de efeito estufa (GEE), e em termos de recursos naturais, promover uma economia significativa de energia e água durante décadas”, destacou Liliani.
Apesar dos edifícios verdes terem um custo de construção de cerca de 3% maior que os edifícios convencionais, o retorno financeiro acontece em cerca de 3 anos ou menos, disse Liliani. “Isso se traduz em diferentes casos de negócios para diferentes partes interessadas”, apontou.
Liliani destacou que iniciativas como melhores condições de acesso ao financiamento verde nacional e internacional, incentivos governamentais e a economia dos custos operacionais podem impulsionar ainda mais a rentabilidade de edifícios verdes.
O Programa de Transformação de Mercado para Edifícios Sustentáveis foi implantado pela IFC na América Latina em 2016 e chegou ao Brasil em julho de 2022, com início nas capitais da região amazônica. Em parceria com a CBIC, a IFC tem ampliado seu relacionamento com o mercado brasileiro, buscado apoio junto aos municípios e participado de diversas reuniões e workshops, destacou Nilson Sarti.
Para a CBIC, a conscientização sobre a importância desses elementos não contribui apenas para a preservação ambiental, mas também resulta em vantagens econômicas e sociais a longo prazo. “Investir em práticas construtivas sustentáveis emerge como uma estratégia impactante, econômica e indispensável para moldar o futuro da indústria da construção”, concluiu Sarti.
O tema tem interface com o projeto “Cenários e Transição para uma Economia da Indústria da Construção de Baixo Carbono”, da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
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