Descarbonização e sustentabilidade foram destaques na XVI Feira da Indústria do Pará
Construção Sustentável foi tema de debate durante a XVI Feira da Indústria do Pará (FIPA), promovida pela FIEPA, em maio, em Belém (PA). O evento, que contou com a participação da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), abriu o debate sobre o papel da produção industrial para o desenvolvimento da região e abordou temas como a importância de ações que trabalhem transição energética, descarbonização, sustentabilidade e gestão empresarial.
Com destaque para a descarbonização no setor da construção, o vice-presidente de meio ambiente e sustentabilidade da CBIC, Nilson Sarti, destacou a importância da preparação, principalmente, das pequenas e médias empresas para para um compromisso do setor com uma economia de baixo carbono. Segundo Sarti, estudos da ONU indicam que o setor precisa reduzir 37% do consumo de energia até 2030. Sarti destacou que, além da descarbonização, entre os temas prioritários da Comissão estão a construção com madeira e o projeto O Futuro da Minha Cidade.
“Nós precisamos preparar não só nossas empresas, mas também nossas cidades para reduzir os impactos dos eventos extremos que já estamos vivenciando”, destacou.
De acordo com o presidente do Sinduscon-PA, Fabrizio de Almeida Gonçalves, Belém está no centro da discussão do meio ambiente. “Estamos atentos aos assuntos como descarbonização e a indústria com madeira. O debate trouxe exemplos de obras levantadas em menos de um mês, com aproveitamento do material e redução na geração de resíduos, isso foi muito importante. Em 2025 vamos receber a COP 30 para avançar no combate às mudanças climáticas”, disse.
O debate em torno das construções sustentáveis possui grande importância não somente no contexto ambiental, como também no contexto social, destacou o engenheiro químico da Mizu Cimento, Jonas Paiva. “Estamos em um momento onde a discussão tem sido intensa em torno das mudanças climáticas e o impacto dessas mudanças resultam na vida de milhares de pessoas”, apontou.
Para ele, pensar hoje em estratégias para reduzir o impacto no meio ambiente, é pensar nas gerações futuras. “Quando nós propomos uma construção de habitações e empreendimentos com menor impacto de carbono, nós estamos pensando nas gerações que, no futuro, podem pagar pelo preço da falta de planejamento do presente”, afirmou.
Com o avanço dos debates sobre o tema, Paiva apontou as mudanças que o setor de cimento tem enfrentado para o uso de tecnologias e estratégias para uma produção com a redução da quantidade de CO2 por tonelada de cimento produzida. “Hoje nós estamos trazendo grandes discussões, grandes estratégias e tecnologias para a produção de cimentos com menor impacto possível no meio ambiente. Eu tenho falado que no contexto mundial, o Brasil é um país vanguardista, graças em especial, a sua matriz energética verde”, concluiu.
O CEO da Rewood, Calil Neto, corroborou com a importância da ampliação dos debates sobre a temática. “Daqui a 100 anos a maioria das pessoas que estão lendo isso não estarão vivas. Precisamos aprender a viver com a terra e não da terra. Precisamos assumir que temos que fazer a diferença para que as próximas gerações possam ter as mesmas oportunidades que temos hoje”, reforçou.
O tema tem interface com o projeto “Descarbonização do setor da Indústria da Construção e os Negócios e Soluções Inovadoras em Sustentabilidade”, da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Parabéns!