A implementação da alíquota zero para as importações de produtos de até US$ 50 pode causar o desemprego de 500 mil pessoas até o fim deste ano. É o que estimam representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo). A medida entrará em vigor a partir de 1º de agosto, por meio da portaria 612 de 2023 do Ministério da Fazenda.
Os presidentes da CNI e do IDV, Robson Andrade e Jorge Gonçalves Filho, respectivamente, estiveram reunidos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tarde desta 4ª feira (19.jul.2023). O secretário-executivo do ministério, Dario Durigan, também participou do encontro.
Segundo Robson Andrade, a medida adotada pela Fazenda “atingiu um volume inexplicável e que está prejudicando tanto o comércio, como a indústria brasileira”.
“São mais de R$ 1 milhão de pacotes por dia que estão chegando no Brasil com esse valor. Chegando a uma proporção que vai a R$ 60 bilhões”, disse.
Com isso, o presidente do CNI indica que a indústria pode chegar a 500 mil desempregados, cuja folha salarial representa “em torno de R$ 20 bilhões” para o PIB (Produto Interno Bruto) do setor.
“Viemos conversar com o ministro [Haddad] exatamente para pedir que haja uma isonomia entre a importação desses produtos com a indústria brasileira. Quer dizer, se esses produtos não pagam imposto, a indústria brasileira está pagando um imposto que vai retirar empregos e salários dos brasileiros”, afirmou Robson Andrade.
Para o presidente da CNI, a solução é a taxação dos produtos importados de até US$ 50. “Se a indústria brasileira paga hoje 40% a 50% de imposto, que quem importa US$ 50 pague também os mesmos impostos. Se você pensar em US$ 50, dá R$ 250”, disse.
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