Durante a abertura do Construa Maranhão, no dia 9/11, em São Luís, Eduardo Aroeira, vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), ressaltou a importância da construção na vida das pessoas. Ele destacou que a construção vai além da economia, representando a entrega de lares e de saneamento básico, essencial para a saúde da população. “A construção está na vida das pessoas, isso é importantíssimo”, afirmou.
Organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do Maranhão (Sinduscon-MA), o evento integra o “Construa – Onde a Construção do Brasil se encontra”, programação anual que pretende percorrer diversas cidades, proporcionando um espaço para debates sobre temas estratégicos no setor da construção e no mercado imobiliário em nível nacional e estadual.
Representando o estado, o presidente do Sinduscon-MA, Fábio Nahuz, complementou a visão de Aroeira, destacando o crescimento significativo da área industrial nos últimos anos e a diversidade da construção. “A área industrial foi o setor que mais cresceu dentro do sindicato e da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) nos últimos quatro anos e ela já bate aí junto com a imobiliária que é a que a gente tem mais participação e mais associados”, disse o presidente do Sinduscon-MA.
Também presente no evento, Carlos Eduardo Lima Jorge, vice-presidente de Infraestrutura da CBIC, destacou a relevância do Construa Maranhão, ressaltando o modelo que customiza temas nacionais para a região onde se apresenta. “Então é muito importante essa aproximação do trabalho institucional de uma entidade do porte da CBIC com as entidades regionais, como é aqui no caso do Sindicato do Maranhão”, destacou Carlos Eduardo Lima Jorge.
Ainda em sua fala, Lima Jorge abordou preocupações sobre obras paralisadas no país, enfatizando a necessidade de esforços para superar esse desafio. “O problema não é nem o número, é que é um processo que se repete há muito tempo. Eu acho que a gente tem que fazer um esforço de todos os envolvidos para que a gente possa reduzir ou encerrar esse ciclo tão danoso para o país. São preocupações que a gente tem que retomar”, ponderou o vice-presidente de Infraestrutura da CBIC.
Já Fernando Guedes, vice-presidente Jurídico da CBIC, abordou temas jurídicos relevantes, incluindo a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5090 e a recente decisão do STF sobre a contribuição sindical. Ele ressaltou a importância da clareza nessas questões e a necessidade de acompanhamento atento por parte da CBIC. “Nós tivemos alguns embargos de declaração que foram apresentados e um dos pedidos nesses embargos de declaração é para clarear o que foi definido, especialmente ao direito de oposição, que há muita discussão sobre isso, como faz, se faz na empresa, sindicato, assembleia, ficou meio solto e esperamos que o STF discipline isso”, explicou Fernando Guedes.
Trazendo uma perspectiva sobre o futuro da construção, José Carlos Martins, presidente do Conselho Consultivo da CBIC, enfatizou a necessidade de o setor ocupar um espaço proporcional à sua importância na economia, destacando a palavra “sustentabilidade” como fundamental para a construção. Martins ressaltou ainda a necessidade de humanizar a imagem do setor e enfatizou o papel crucial da construção na redução das emissões de carbono.
“Eu acho que este lado de humanizar o que nós fazemos é vital para as pessoas entenderem o que a gente entrega. Nós temos que sair daquela imagem que foi distorcida ao longo do tempo, de forma pejorativa”, afirmou José Carlos Martins.
Considerado um tema crucial para o setor, a capacitação foi o tema abordado por Ricardo Michelon, vice-presidente de Política de Relações Trabalhistas da CBIC, durante sua fala no evento, onde destacou sua amplitude e desafios. Ele ressaltou que a capacitação vai além do setor, sendo um desafio para a geração de trabalho.
“A gente começa a pensar sobre isso e começa a nos dar conta de que é um tema muito mais amplo que o próprio setor e até mesmo mais amplo que o próprio país. É um desafio da geração de trabalho, é um desafio que se atualiza”, disse Michelon. Ele destacou ainda que a relação das pessoas e o trabalho é um tema que precisa ser aprofundado pelo setor.
Ainda no tema de capacitação e mão de obra, Ilso Oliveira, vice-presidente de Obras Industriais e Corporativas da CBIC, abordou a questão destacando os resultados de uma pesquisa realizada em 2022 pela COIC, que apontou a falta de mão de obra como a principal deficiência nas empresas do setor.
“Nós pesquisamos aproximadamente cerca de 3 mil empresas em vários estados sobre quais seriam as principais deficiências e necessidades das empresas e a falta de mão de obra qualificada apareceu em primeiro lugar”, destacou Ilso de Oliveira.
O resultado, segundo Oliveira, mostra a forte necessidade de atuar na preparação da mão de obra. “E não só mão de obra operacional, mas também de liderança e gerencial”, completou.
Ainda durante o evento, o executivo também falou sobre o projeto Valorização da Engenharia, que atua em parceria com a COINFRA, que visa reconhecer efetivamente o papel estratégico da engenharia nos projetos.
O Construa Maranhão foi uma realização conjunta da CBIC e do Sinduscon-MA, com a correalização do Sesi e do Senai Nacional e patrocínio da Softplan, Confea e Mútua. O evento ocorreu junto à 5ª edição da Expo Indústria Maranhão, já consolidada como a maior feira multisetorial do Nordeste.
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